Já todos ouvimos falar que leitura é uma prática com inúmeros benefícios em qualquer idade. Na verdade, as leituras que se concretizam em contextos de lazer espelham e proporcionam, de uma forma generalizada, o crescimento e o progresso das sociedades.
Não obstante, quando estimulada desde a infância os impactos positivos podem ser muito maiores, permitindo o desenvolvimento da concentração, da memória, da compreensão, da linguagem, do raciocínio, que se reflete, por sua vez, na capacidade de comunicação. Além disso, estimula a capacidade criativa, a curiosidade, a imaginação e desenvolve a empatia.
Não podemos descurar que estes benefícios aportam também o fortalecimento dos vínculos afetivos, quando é estimulada desde cedo. A partilha destes momentos, desenvolve na criança aptidões socioemocionais, tendo em consideração que lhes permite entender de outro modo os sentimentos e encontrar formas de lidar com eles, trazendo mais empatia e compreensão do outro.
Muito antes de começarem a ler as palavras, aprendem a manusear o objeto livro e leem as imagens, os sons, as cores, o que lhes faculta a criação das histórias a partir das histórias. São as primeiras leituras, além das contadas pelos adultos e o olhar e a voz (porque o corpo também fala) criam esta ligação porque transmitem sentimentos e sensações. Afinal, ler é relação, de dentro para fora.
Estes momentos são um estímulo fundamental para o desenvolvimento cognitivo, intelectual e criativo da criança, além de permitir que o seu vocabulário e linguagem se enriqueçam (se acontece com os adultos, imaginem a incomensurabilidade numa criança).
Na verdade, elas aprendem a falar a partir do que ouvem e as histórias permitem-lhes ampliar o leque de vocabulário e desenvolver a linguagem de forma mais célere e eficaz. Estes podem ocorrer na escola e/ ou em casa, devendo sempre ser encarados como um momento de prazer e de partilha. O incentivo de uma relação saudável, por prazer, com os livros e a leitura fortalece a memória, a concentração, o raciocínio e a atenção.
Um fator fundamental é que se torne uma rotina, com a mesma naturalidade de muitas outras (como comer ou beber). Se não praticarmos continuamente o ato de ler, vamos perdendo o jeito, se assim lhe pudermos chamar. Ora, isto acontece com muitas outras coisas, até mesmo andar de bicicleta. Por isso é que este deve ser um ato contínuo, até mesmo para que possamos ir desenvolvendo e aperfeiçoando outras competências porque, como rabisca Pedro Homem de Mello no seu poema Havemos de ir a Viana “quem para perde-lhe o jeito e morre a todo o momento”.
Tenhamos, assim presente, que a leitura é um incentivo substancial para o desenvolvimento das crianças, tendo em consideração o que frisamos anteriormente, nomeadamente porque:
· desperta o crescimento de aptidões emocionais;
· aumenta o vocabulário;
· desenvolve a linguagem oral;
· fortalece os vínculos afetivos;
· explora emoções;
· estimula a memória e a compreensão;
· desenvolve a criatividade, a curiosidade e a imaginação.
Conhecem a frase de Benjamim Franklim? " Diz-me e eu esquecerei, ensina-me e lembrar-me-ei, envolve-me e aprenderei". Assim, acontece com a leitura. Precisamos de ser exemplo para os mais novos. Ler é um ato de prazer, deve ser divertido e criativo. Já experimentaram?
Elisabete Brito
Uma casa na lua
Olá, convido-te para a minha Casa na Lua!
Elisabete Brito é doutorada em Sociologia, Mestre em Educação e Bibliotecas e licenciada em Literaturas Modernas. Na escrita mora a sua forma de ser, de ler e de estar, entranhada em tudo o que faz. Com as palavras pinta o mundo, costura os sentidos, reinventa os dias e, acima de tudo, brinca. Gosta dos abraços do mar, do charme das flores e dos segredos que guardam as noites estreladas, de andar com a cabeça nas nuvens e dos mistérios cheios de poesia.
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